quinta-feira, 3 de setembro de 2015

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ESTUDO DIRIGIDO: LITERATURA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA

1. Qual o contexto histórico a partir dos anos 60?
DE 1960 a 1970: grande efervescência cultural: o consumismo, a exploração do ser humano pelo outro e os limites da consciência passam a ser questionados.
- Surgem músicas de protesto, movimentos contra a discriminação racial e sexual.
- Palavra símbolo de civilização: informação.
Com o século XXI, há o repúdio ao conhecimento estanque, absoluto.
- Há o convite à interdisciplinaridade, à ética e à responsabilidade social.
- Fim da Guerra Fria e a Queda do Muro de Berlim, em 1989, desencadearam um processo de reorganização política que deu origem à Globalização e à integração de Mercados.
- As pressões do mercado intensificaram as distâncias entre ricos e miseráveis.
Período de acentuado desenvolvimento tecnológico e industrial e diversas crises no campo político e social.
- Os anos 60 (época do governo democrático-populista de J.K.) - verdadeira euforia política e econômica, com amplos reflexos culturais: Bossa Nova, Cinema Novo, teatro de Arena, as Vanguardas, e a Televisão.
A crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros (1961) e o golpe militar (1964), que derrubou João Goulart, colocaram fim nessa euforia, estabelecendo um clima de censura e medo no país (promulgação do AI-5; fechamento do Congresso; jornais censurados, revistas, filmes, músicas; perseguição e exílio de intelectuais, artistas e políticos).
- A cultura usou disfarces ou recuou.
Com a conquista do tricampeonato mundial de futebol em 1970, uma onda de nacionalismo ufanista espalhou-se por todo o país. "Brasil - ame-o ou deixe-o“.
- Em 1979, um dos primeiros atos do presidente Figueiredo foi sancionar a lei da anistia, permitindo a volta dos exilados.
- Esse ato presidencial fez o otimismo e esperança renascerem naqueles que discordavam da política praticada pelos militares daquele período.
Na década de 80 inicia-se uma mobilização popular pela volta das eleições diretas, que só veio a se concretizar em 89, com a posse de Fernando Collor de Mello, cassado em 1991.
- 1995: eleição e posse do presidente Henrique Cardoso.
- Em 2012, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente, reelegendo-se em 2006.
- Em 2010, é eleita a primeira presidenta mulher do Brasil: Dilma Rousseff.

2. O que foi a Poesia Concreta?
É a poesia que utiliza múltiplos recursos:
  Acústico
  Visual
  Carga semântica
  Espaço tipográfico
  Disposição geométrica dos vocábulos na página
  Exige do leitor uma participação ativa
  Permite uma leitura múltipla.
  Poema = Desafio               
  Leitor = Co-autor

3. Quais os principais representantes da Poesia Concreta?
  Haroldo de Campos
  Augusto de Campos
  Décio Pignatari

4. Defina Poesia Práxis, Poesia Social, Poema-Processo, Poesia Marginal. Coloque características e representantes.

Poesia práxis: Poesia dinâmica, transformada pela interferência ou manipulação do leitor, ou seja, por sua prática (práxis). Periodicidade e repetição das palavras, cujo sentido e dicção mudam, conforme sua posição no texto. Representantes: Mário Chamie e Cassiano Ricardo, que valorizavam muito mais o conteúdo do que a forma em si.

Poesia Social: é a poesia que reabilitou o verso e o lirismo. Linguagem próxima do cotidiano. Poesia= instrumento de participação social e política. Representantes: Ferreira Gullar, Mário Quintana.

Poema-Processo: é um movimento artístico desenvolvido no período de 1967 a 1972, decorrente do concretismo. Lançado simultaneamente em Natal e no Rio de Janeiro por Moacy Cirne, Wlademir Dias-Pino, Álvaro de Sá, Neide Dias de Sá, Anselmo Santos, Dailor Varela, Anchieta Fernandes, Falves Silva, Nei Leandro de Castro, Sanderson Negreiros, Pedro Bertolino, Hugo Mund Jr. dentre outros. Em seguida, Joaquim Branco, Sebastião Carvalho, José Arimathéa, Ronaldo Werneck e, mais tarde, Jota Medeiros e Bianor Paulino se incorporaram ao movimento, com seus poemas semiótico-gráfico-visuais, além dos projetos semântico-verbais.

Poesia Marginal: poesia de produção alternativa, divulgada à margem da editoração oficial, porém ocupando seu espaço na literatura. Poesia das ruas, do corpo a corpo dos poetas nas filas dos cinemas, dos teatros e outras; nos bares, nas praças, nos institutos culturais, nas escolas, nas editoras, e até na sala de aula de alguns professores liberais. Os poetas alternativos levaram a poesia para as ruas, democratizaram a arte, declamaram bem alto... Cartões, camisas, o papel, a brochura, a xerox, o espaço, vozes ecoando nas praças, nos palcos, nas telas dos cinemas, nos pátios, nos bares, nas calçadas. Representantes: Cacaso (Antônio Carlos Ferreira de Brito), Charles CHACAL, Torquato Neto.

5. O que foi o tropicalismo, Bossa Nova, Jovem Guarda e qual a importância desses movimentos para a literatura brasileira?

Tropicalismo: Movimento cultural do fim da década de 60 que, usando deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música popular brasileira, até então dominada pela estética da bossa nova. Liderado pelos músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil, o Tropicalismo usa as ideias do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade para aproveitar elementos estrangeiros que entram no país e, por meio de sua fusão com a cultura brasileira, criar um novo produto artístico. Também se baseia na contracultura, usando valores diferentes dos aceitos pela cultura dominante, incluindo referências consideradas cafonas, ultrapassadas ou subdesenvolvidas.
O movimento é lançado com a apresentação das músicas Alegria, Alegria, de Caetano, e Domingo no Parque, de Gil, no Festival de MPB da TV Record em 1967.
O Tropicalismo manifesta-se, ainda, em outras artes, como na escultura Tropicália (1965), do artista plástico Hélio Oiticica, e na encenação da peça O Rei da Vela (1967), do diretor José Celso Martinez Corrêa (1937-).
O movimento acaba com a decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em dezembro de 1968. Caetano e Gil são presos e, depois, exilam-se na Inglaterra.

Bossa Nova: é um movimento da música popular brasileira do final dos anos 50 lançado por Antonio Carlos Jobim, Luiz Bonfá, Carlos Lyra,João Gilberto, Vinícius de Moraes e jovens cantores e/ou compositores de classe média da zona sul carioca, derivado do samba e com forte influência do jazz. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do moderno samba carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornou-se um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira, conhecido em todo o mundo, um grande exemplo disso é a música Garota de Ipanema composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim.

Jovem Guarda: A Jovem Guarda foi um movimento cultural brasileiro, surgido em meados da década de 1960, que mesclava música, comportamento e moda. Surgida em agosto de 1965, a partir de um programa televisivo exibido pela TV Record, em São Paulo, apresentado pelo cantor e compositor Roberto Carlos, conjuntamente com o também cantor e compositor Erasmo Carlos e da cantora Wanderléa, a Jovem Guarda deu origem a toda uma nova linguagem musical e comportamental no Brasil. Sua alegria e descontração transformaram-na em um dos maiores fenômenos nacionais do século XX.
Sua principal influência era o rock and roll do final da década de 1950 e início dos 1960. Grande parte de suas letras tinham temáticas amorosas, adolescentes e açucaradas - algumas das quais, versões de hits do rock britânico e norte-americanos da época.
Por essa inspiração, a Jovem Guarda tornou-se o primeiro movimento musical no país que pôs a música brasileira em sintonia com o fenômeno internacional do rock da época, catalisado especialmente pelos Beatles.
Além de Roberto, Erasmo e Wanderléa, destacaram-se no movimento artistas como Ronnie Von, Eduardo Araújo, George Freedman, Wanderley Cardoso, Sérgio Reis, Sérgio Murilo, Arthurzinho, Ed Wilson, Jerry Adriani, Evinha, Martinha, Lafayette, Vanusa, além de bandas como Golden Boys, Renato e Seus Blue Caps, Leno e Lílian, Deny e Dino, Trio Esperança, Os Incríveis, Os Vips e The Fevers.
Fenômeno midiático que arrastou multidões, também designado como iê-iê-iê, em alusão direta à musica dos Beatles, a Jovem Guarda era vista com restrições por setores da crítica, uma vez que sua música era considerada alienada pelo público engajado, mais afeito, primeiro à bossa nova e, depois, às canções de protesto dos festivais.

6. Como se caracterizou o Teatro e o Cinema a partir dos anos 60?

Tanto o teatro quanto o cinema no Brasil tiveram uma origem marginal e muito pouco incentivada, seja pelo público, seja pela mídia ou patrocinadores em potencial. mesmo assim houve iniciativas bem sucedidas neste período, desenvolvidas de forma underground com recursos ínfimos.
Foi em 1962 que o Brasil ganhou seu 1º e único Grande prêmio (A palma de ouro em Cannes) com o filme "O pagador de promessas".

7. Quais as características do conto contemporâneo?
8. Quais as características da crônica contemporânea?
A partir dos anos 70, houve uma verdadeira explosão editorial do conto e da crônica, por serem narrativas curtas, condensadas e atenderem à necessidade de rapidez do mundo moderno. Novas dimensões foram introduzidas no conto tradicional: subversão da sequência narrativa, interiorizarão do relato, colagem de flashes e imagens, fusão entre poesia e prosa, evocação de estados emocionais.

A crônica, texto ligeiro, de interpretação imediata, com flagrantes do cotidiano, também passou a agradar o leitor tornando-se popular.

Contos: Lygia F. Telles, Osmar Lins, Murilo Rubião, Autran Dourado, Homero Homem, Moacyr Scliar, Oto Lara Resende, Dalton Trevisan, J. J. Veiga, Nélida Pinon, Rubem Fonseca, João Antônio, Domingos Pelegrim Jr, Ricardo Ramos, Marina Colasanti, Luís Vilela, Marcelo Rubens Paiva, Ivan Ângelo e Hilda Hilst.


Crônica: Rubem Braga, Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Raquel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Álvaro Moreira, Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo e João Ubaldo Ribeiro.

Fonte: Wikipédia.