SOLIDARIEDADE
Sou ligado pela herança do espírito e do sangue
Ao mártir, ao assassino, ao anarquista.
Sou ligado
Aos casais na terra e no ar,
Ao vendeiro da esquina,
Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida,
Ao mecânico, ao poeta, ao soldado,
Ao santo e ao demônio,
Construídos à minha imagem e semelhança
Sou ligado pela herança do espírito e do sangue
Ao mártir, ao assassino, ao anarquista.
Sou ligado
Aos casais na terra e no ar,
Ao vendeiro da esquina,
Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida,
Ao mecânico, ao poeta, ao soldado,
Ao santo e ao demônio,
Construídos à minha imagem e semelhança
http://pensador.uol.com.br/poemas_de_murilo_mendes/
Essa negra fulô
Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!
Essa negra Fulô!
Essa negrinha Fulô!
ficou logo pra mucama
pra vigiar a Sinhá,
pra engomar pro Sinhô!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!
Essa negra Fulô!
"Era um dia uma princesa
que vivia num castelo
que possuía um vestido
com os peixinhos do mar.
Entrou na perna dum pato
saiu na perna dum pinto
o Rei-Sinhô me mandou
que vos contasse mais cinco".
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"minha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor.
A negra tirou a roupa,
O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô).
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dêle pulou
nuinha a negra Fulô.
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?
Essa negra Fulô!
Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!
Essa negra Fulô!
Essa negrinha Fulô!
ficou logo pra mucama
pra vigiar a Sinhá,
pra engomar pro Sinhô!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!
Essa negra Fulô!
"Era um dia uma princesa
que vivia num castelo
que possuía um vestido
com os peixinhos do mar.
Entrou na perna dum pato
saiu na perna dum pinto
o Rei-Sinhô me mandou
que vos contasse mais cinco".
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"minha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor.
A negra tirou a roupa,
O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô).
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dêle pulou
nuinha a negra Fulô.
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?
Essa negra Fulô!
Jorge de Lima
http://www.jornaldepoesia.jor.br/jorge.html#essanegra
O poema Solidariedade retrataque somos todos iguais com nossos defeitos e qualidades,não cita etnia e que todos temos o nosso lada do céu e inferno,que todos temos o lado Espírito e do sangue ou seja a carne.
ResponderExcluirJá o Essa nega fulô em forma de eu-lírico começa relatando a história de uma negra em meio do tempo da escravidão.
O poema Solidariedade
ResponderExcluirA religião é uma das característica de Murilo Mendes, e sem dúvida retrata nesse poema , nesse poema ele fala que somos iguais, que não temos diferença. Ainda ele fala que temos o nosso lado céu “ Sou ligado pela herança do espírito e do sangue “ e inferno “Ao santo e ao demônio”
O poema Negra fulô
Sem duvida retrata como a negra vivia na escravidão, sendo que negra fulo tinha que cuida da sinhá , tudo que sumia foi a negra fulô que roubou e depois negra fulô fazia as vontades do sinhô “A negra tirou a saia e tirou o cabeção, de dentro dêle pulou nuinha a negra Fulô. “ que retrata muito bem aqui.
Solidariedade : ele diz que somos todos iguais com nossos defeitos e qualidades,que todos temos o nosso lada do céu e inferno,que todos temos o lado Espírito e do sangue ou seja a carne.
ResponderExcluirA Negra Fulô : havia escravidão, tudo era a negra que tinha que fazer, ate mesmo deixar o sinhô usar seu corpo. Era tradada como uma empregada e ainda acusada de pegar as coisas que sumiam.
Solidariedade de Murilo Mendes é um poema que fala sobre a nossa personalidade, que todos nós somos iguais. Podemos ter uma personalidade física diferentes mas a nossa forma exterior é igual.
ResponderExcluirPara contar a história da negra Fulô, Jorge de Lima, selecionou a forma da poesia escrita em versos heptassílabos ou redondilha maior. Descreve a forma que as escravas eram tratadas, com isso ele criou a personagem Negra FuLÔ.
ResponderExcluirO poema solidariedade fala sobre o carater do individuo e mostra qui qualquer pessoa é igual .
ResponderExcluirO poema Essa Negra Fulô narra a vida das mulheres escravas como elas eram tratadas e as marcas da cultura negra estarão presentes em toda sua obra.
Rebeca - 3m1
ResponderExcluirSolidariedade -
No poema mostra que somos todos iguais independente da da cor ou da aparência fisica , que todos nós temos um lado bom e um lado ruim , e no interior somos todos a mesma coisa.
Essa Negra Fulô -
Mostra como era tratada a negra ''escrava'' na época da escravidão , que por causa da cor ela era a culpada de tudo.
Luis Pedro / 3m1
ResponderExcluirSolidariedade: Nesse poema, Murilo Mendes passa a idéia de que não há diferença entre nós, ou seja, independente da cor da pele somos todos iguais, o importante mesmo é a beleza interior.
Essa Negra Fulô: Este poema de Jorge de Lima, relata como era o tratamento dado às escravas negras,falando da negra fulô que pelo simples fato de ser negra era sempre a culpada de tudo oque acontecia.
Marcos Aurélio - 3M3
ResponderExcluirO poema Solidariedade - aborda a condição humana em meio aos problemas cotidianos em contraste com a religiosidade(espiritismo), que acredita-se influenciar no comportamento humano, expondo as feridas da raça humana.
Essa Nega Fulô - Descreve de maneira popular a relação entre a negra seu senhor, descrevendo ainda toda a sensualidade da negra e sua ousadia, alem de mostrar o fato de que muitos senhores se deitavam com as escravas e tornar inegável a atração dos mesmo pelas mulheres desta cor.
Talyta Emily - 3m1
ResponderExcluirSolidariedade
Esse poema é apresentado na 2ª fase do modernismo, ficando evidente a tendência característica do autor Murilo Mendes, que prezava muito a religiosidade. No poema fica clara a existência de duas forças: céu (espírito) e terra (sangue), mostrando que uma hora tudo pode ser pacifico e outra hora tudo pode ser sangrento. Isso também tem haver com o contexto histórico decadente onde o mundo estava em plena II Guerra Mundial, mudanças e transições.
Essa Negra Fulô
Poema da 1ª fase do modernismo. Mostra a triste realidade da sociedade escrava brasileira, sempre vistos como um objeto, como culpados e sempre explorados. Deixa claro também a Negra Fulô como objeto sexual do seu senhor, ficando explícita a forma de tratamento dos e das escravas naquela época.
Henrique Ribeiro 3m3
ResponderExcluirO primeiro poema conta que a solidariedade pode unir coisas totalmente diferentes.
Já o "Essa nega fulô" se passa na época da escravidão e mostra uma escrava que era explorada pelos seus senhores, que por ser uma mucama era responsável por tudo na casa sendo elas obrigações do lar ou por algo que acontecesse de errado no casarão.
Rodrigo Conceição - 3m1 :D
ResponderExcluirSolidariedade : Murilo Mendes foi um dos mais importantes poetas da Segunda fase do Modernismo.
Nesse poema ele tenta passar a imagem que todos somos igual independentes de suas diferenças .
Essa Negra fulô : Ja no poema de Jorge Da Lima é notório a descrição da escravidão ,também passa a ideia da nega Fulô como uma pessoa sem direitos humanos ,descriminada .
BRUNA REBOUÇAS / 3M1
ResponderExcluirNo poema Solidariedade o poeta :(Murilo Mendes)
Diz que somos todos iguais com nossos defeitos e qualidades,que todos temos o nosso lado céu e inferno "Ao santo e ao demônio" ,que todos temos o lado Espírito e Carnal "Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida" ,ou seja somos todos feito de Carne e ossos .
No poema Essa Nega Fulô : (Jorge Lima)
Claramente ele retrata como a negra vivia na escravidão, praticando o domínio sobre o ser humano , observa-se que a negra fulô cuida da sinhá , tudo que sumia foi a negra fulô que furtava como também a negra fulô tinha que atender as vontades sexuais do sinhô “A negra tirou a saia e tirou o cabeção, de dentro dele pulou nuinha a negra Fulô. “ , a negra fulô era tratada simplesmente como objeto .
Talita Meneses - 3m3
ResponderExcluirPoema Solidariedade - Murilo Mendes
Apesar das diferenças físicas não temos distinções internas não importa se você é um assassino ou um mártir fomos criados a uma só imagem e semelhança.
Poema Essa negra fulô - Jorge de Lima
Conta-se a história da negra fulô uma mucama que fazia os serviços caseiros e era constantemente explorada pelos seus senhores, mostra o quanto é desumano um indivíduo ter o semelhante como propriedade.
3M3
ResponderExcluirEssa nega fulô
Tematica: Retrata como as negras viviam no periodo da escravidão , mostra uma escrava que era explorada pelos seus senhores e que era culpada de tudo que ocorria na casa.
Geração:1ª fase do modernismo
Solidariedade
Tematica:Diz que somos todos iguais com nossos defeitos e qualidades,todos temos o nosso lado do céu e inferno,que todos temos o lado Espírito e do sangue ou seja a carne.
Geração: 2ª fase do modernismo
Izabel 3m3
ResponderExcluirSolidariedade: Retrata que todos somos iguais independente de cor , religião em tudo.
Essa nega fulô: Já diz dos tempos da escravidão, que a nega servia só pra fazer as coisas e representar seu Sinhô
Alice Cabral 3m1
ResponderExcluirComentário do poema "solidariedade" Murilo Mendes:
Relata de maneira critica que somos criados de uma mesma figura, temos a semelhança do bem e mau , já que somos iguais temos um pouco de cada defeito só que queremos ver as qualidades em uma imagem semelhança perfeita.
Comentário do poema " Negra Fulô"
Relata com clareza a escravidão sofrida pela negra na qual se dedicava aos caprichos do seu senhores , de sua sinhá a culpava sempre de roubo é do seu senhor que abusava só seu corpo.
SOLIDARIEDADE DE MURILO MENDES:ELE DIZ QUE A PESAR DA RELIGIOSIDADE OU FÍSICO ELE NÃO TINHA PRECONCEITO DO QUE A PESSOA É OU DEIXA DE SER E QUE TODOS SOMOS IGUAIS DO LADO CÉU OU INFERNO.
ResponderExcluirESSA NEGRA FULÔ:RETRATA DE UMA NEGRA MOSTRANDO COMO ERA A ESCRAVIDÃO QUE TUDO QUE ACONTECIA ERA CULPA DA NEGRA FULÔ QUE ERA EXPLORADA PELOS SEUS SENHORES A FAZER SEUS MANDATOS.
Dandara lorena 3M3 -
ResponderExcluirSolidariedade - o poema solidariedade relata nossa personagem , que nós somos todos iguais mesmo com as nossas diferença,defeitos e qualidade.Em fim somos no exterior todos a mesma coisa.
Negra Fulô - nota-se que no poema, existe escravidão, a negra fulô tinha que cuidar da sinhá, ainda obdecer e aceitar as ordens dos senhores,tudo o que acontecia e sumia logo era culpada negra fulô,em fim a cultura negra e bem presente em suas obras.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJéssica Moraes 3M¹
ResponderExcluirPoema:Solidariedade de Murilo Mendes.
Retrata que somos todos iguais mesmo com nossas diferenças,e que não temos defeitos quando se trata de beleza interior.Sendo assim não importa a cor,ou religiosidade,somos uma única pessoa de semelhança boa ou ruim.
Essa Negra Fulô:Era um poema vivido nos tempos da escravidão,e que tudo quem fazia era a Negra Fulô,tinha que cuidar da sinhá e fazer as vontades do sinhô.E se sumisse algo,era acusada de ter roubado,pela sua sinhá,e ate mesmo deixar o sinhô usar seu corpo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEvelyn Cardoso-3M1
ResponderExcluirSolidariedade:Murilo Mendes mostra que somos todos iguais,em defeitos e e qualidades,não importando nem etnia ou profissão.
Essa negra Fulô:retrata o tempo da escravidão onde Fulô cuidava de sua sinhá,sofria maus tratos,pois tudo que sumia diziam que ela tinha roubado e além de tudo isso ainda tinha que se deitar com o sinhô.Mostrando qual era a realidade da mulher escrava.
3M3
ResponderExcluirA negra fulÔ
ele conta a história de uma negra há "negra fulô"como um poema mais também com rimas,um trabalha diferenciado o poema dos demais textos.
ele também aborda a mulher negra que trabalha,mais uma mulher que também tortura e abusada ,são os pontos mas abordado pelo então autor.
solidariedade
fala que somos todos iguais perante deus. onde ele sinta : "sou ligado pela herança do espirito e do sangue".Mas também podemos escolher o lado escuro,que por fora somos bem diferente mas por dentro somos todos iguais independentemente para nossa profissão o pela nossa cor.
Vitor 3M3
ResponderExcluirSOLIDARIEDADE
Diz que somos todos iguais com nossos defeitos e qualidades, que todos temos o nosso lado bonzinho e malvadinho, ou seja que todos temos nosso lado do céu e inferno.
ESSA NEGRA FULÔ
Fala sobre uma mulher negra que trabalha e vive pra servir os seus senhores(as) e satisfazer os seus desejos. (Lembra bastante a época da escravatura).
Larissa Cavalcante 3M5
ResponderExcluirpoema Solidariedade o poeta :(Murilo Mendes)
O poema diz q somos todos iguais mesmo tendo as nossas diferenças,independentemente da nossa personalidade ou religião somos todos iguais.
O poema Essa Nega Fulô : (Jorge Lima)
Esse poema conta a história de uma negra
mostra como era a escravidão,vivida pela negra ela se dedicava aos caprichos do seus senhores ou era culpada por tudo,ou servia de objeto sexual dos seus senhores trata como a vida das escravas eram.